Igreja de Saint-Germain-des-Prés

Conheça a Igreja de Saint-German-des-Prés, essa igreja de 558 que é um verdadeiro passeio pela história e tradição de Paris.

Igreja de Saint-Germain-des-Prés
Igreja de Saint-Germain-des-Prés- Arquivo Pessoal

O que não faltam são tesouros históricos “escondidos” em Paris, a Igreja de Saint-Germain-des-Prés é um desses lugares, ela combina história, arte, espiritualidade e charme parisiense.  E, diferente de pontos turísticos famosos como o Museu do Louvre, a Torre Eiffel e o Arco do Triunfo, essa preciosidade nem sempre compõe os roteiros turísticos, o que é um triste equívoco.

Para conhecer um pouco um pouco mais dessa, que é a igreja mais antiga de Paris, vamos recorrer a história e entender a importância do lugar que de alguma forma resistiu mesmo em meio a tantas adversidades.

Fundada pelo rei Childebert I e pelo bispo, em meados do século VI, a Igreja de Saint-Germain-des-Prés era uma antiga abadia beneditina, dedicada a princípio à Saint-Vicent e Sainte-Croix.  Em 558, o bispo da cidade, Germain (que mais tarde seria canonizado como Saint Germain), realiza a consagração da abadia; no mesmo ano o rei morre e é sepultado nela, iniciando assim o uso da abadia como necrópole real.

Vários membros da realeza, vindos da dinastia Merovíngia, foram sepultados lá, assim como, em 576, o bispo de Paris, Germain.  Após, a abadia passou a ser conhecida com Saint-Germain-des-Prés, muitos fiéis atribuíram o bispo como responsável por diversos milagres em vida e após a sua morte.

A igreja passou por saques e destruição durante as invasões dos normandos, muitos anos depois passa por uma reconstrução, ganhando uma torre que serviria de proteção.  No século XVII, a abadia tornou-se um dos principais centros intelectuais e religioso da França, isso se deu devido a ocupação do local pela Ordem Beneditina dos Mauristas, conhecida por seu alto nível intelectual e de pesquisa a fontes documentais.

Durante a Revolução Francesa o local foi ocupado por uma fábrica de explosivos, que acabou causando a destruição de grande parte do local por conta de explosões acidentais.  Somente em 1803, após passar por grandes restaurações, as celebrações religiosas foram reestabelecidas no local.

Hoje, não tem como passar pelo bairro que leva o seu nome, Saint-Germain-des-Prés, e não se deparar com a linda e rústica igreja de arquitetura romântica por fora, e um estilo interior que mistura elementos de vários estilos, barroco, gótico e romano.

Interior da Igreja de Saint-Germain-des-Prés
Interior da Igreja de Saint-Germain-des-Prés – Arquivo Pessoal

Como chegar

A Igreja de Saint-Germain-de-Prés está localizada no 6º arrondissement, no bairro que leva seu nome, e é um dos mais encantadores de Paris.

O acesso ao local é bem tranquilo, de metrô pela estação Saint-Germain-de-Près (linha 4) ou estação Mabillon (linha 10), algumas linhas de ônibus também passam pelo local, acessar o site de transporte público de Paris RATP é uma boa opção para se manter informado sobre alterações pontuais.

Como visitar

A igreja permanece aberta todos os dias, mas os horários são diferenciados: aos sábados das 8h30 às 20h; segunda e domingo, das 9h30 às 20h; e de terça a sexta, das 7h30 às 20h. 

A igreja oferece recepção guiada gratuita, conduzida por voluntários da paróquia.  As recepções guiadas ocorrem terças e quintas às 15h, e no 1º sábado e 3º domingo de cada mês às 14h30.

Também acontecem concertos no local, para maiores informações acesse a programação no site oficial da igreja.

Minha experiência

A Igreja de Saint-Germain-des-Prés me impressionou, foi a segunda igreja que visitei ao chegar em Paris, antes visitei a Igreja de Madeleine, veja o artigo que falo sobre a Madeleine.

Em meio a um bairro delicioso, estava a igreja de aparência rústica, delicada e simples, parecia que eu havia sido transportada para uma cidade medieval.

Ao entrar, fiquei ainda mais surpreendida, a explosão de cores e o estilo totalmente diferente do visto pelo lado de fora, realmente um lugar especial e de muita fé.  Confesso que antes da visita havia lido muito pouco a respeito do local, mas depois que estive ali me empenhei a conhecer mais sobre sua história.

Dicas e curiosidades

Antes de chegar, decidi almoçar no Restaurant Le Bonaparte, que fica muito próximo.  Existiam outros lugares bem conhecidos para a refeição, mas optei por conhecer o Le Bonaparte.  Pedi a tradicional sopa de cebola de entrada, em seguida, um entrecôte com gratin dauphinois e uma taça de Pinot Noir, estava tudo delicioso e o atendimento foi excelente, o local é no estilo dos tradicionais restaurantes franceses, com mesas bem coladinhas.  O total da conta foi €53,00, acredito que esse tenha sido o maior valor que paguei em um almoço em Paris, mas valeu. 

Restaurant Le Bonaparte
Restaurant Le Bonaparte – Arquivo Pessoal

Bem próximo à igreja ficam dois cafés muito tradicionais que recebia grandes intelectuais e artistas, no passado, o Café de Flore e o Les Deux Magots.  Também um restaurante muito bem avaliado e conhecido o Le Relais de l’Entrecôte, e se desejar andar só mais 500 metros, e conhecer um restaurante de 1686, o Le Procope, que foi frequentado por Voltaire, Montesquieu e até Napoleão Bonaparte, oferece pratos tradicionais franceses e muita história.

Já conhecia a Igreja de Saint-Germain-de-Prés? Se não, Vale muito a visita.

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